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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

# 270 - Murmúrios misteriosos da consciência...






"Quando tocares, torna-te no toque.
Quando olhares, torna-te nos olhos.
Qando ouvires, toda a tua consciência
deverá chegar aos teus ouvidos.
Ouve uma canção ou ouve os pássaros,
torna-te os ouvidos.
Esquece tudo, como se fosses só ouvidos.
Vai aos teus ouvidos com a totalidade do teu ser.
Nessa altura, os teus ouvidos tornar-se-ão mais sensíveis.
Quando estás a olhar para algo - uma flor
ou um lindo rosto de estrelas - torna-te os olhos.
Esquece tudo o resto,
como se o resto do teu corpo
fosse para além da existência
e a tua consciência se tornasse apenas olhos.
Quando os teus olhos tiverem a capacidade de olhar mais profundamente,
irás ser capaz
de olhar também para o invisível.
O invisível também poderá ser visto,
mas precisas de olhos mais penetrantes para o ver."


(The art of tea, 2001)

Colar com contas sintéticas e metais, e organza.
Peça de I. :)

P.S. As minhas enormes desculpas a quem tem apoiado o Chá de Contas nesta fase de restruturação (a diversos níveis, mas que ainda não conseguiu encontrar o ponto de ebulição ideal), em que as infusões têm sido bem mais diminutas do que é habitual, e em que se constata o atraso (enorme, reconheço!) de resposta a alguns e-mail. O Chá de Contas promete responder o mais prontamente possível a quem sempre mereceu a sua atenção, desejando continuar a merecer o prazer da sua degustação pelos apreciadores de fino paladar...

domingo, 14 de setembro de 2008

# 269 - Abandono do chá de orquídea...







Da frescura breve do teu olhar guardo a ternura dos dias. Guardo a doçura das palavras, silenciosas que brotavam da tua pele, e o tranquilidade das nossas mãos entrelaçadas, que viviam na procura intensa da fusão perfeita dos destinos da existência. Humedeço os lábios com a recordação do nosso chá de orquídea, inebriante de tamanha simplicidade, perfumado de vivências transbordantes de cicatrizes latejantes. Do momento da sua degustação, abarco o inesperado do encontro e a sublime permissão do dar. E recordo, com melancolia, o poisar da chávena de chá, de corpo lacrimejado de cobre e mel, totalmente abatida pela perda do chá que abrigou. E com tristeza, o som oco que proferiu ao desaparecer, solitária, do salão de chá que a convidou a entrar...

Colar em missangas, com contas de vidro e metais variados.
Preço: 17 euros (+ portes de envio).

sábado, 2 de agosto de 2008

# 267 - "Chá de Camomila"





Lá fora o céu é luz e estrelas;
Há um rugido oco do mar.

Tão pouco pensei eu, há um ano atrás,
(...)
Que eu e ele estaríamos agora tão próximos
A beber uma chávena de chá (...)

(Katherine Mansfield)


Pregadeira com conta em vidro, metais e madeiras.
Preço: 5.5 euros. Vendida.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

# 260 & 261 - Ternura...








A ternura cintilante de um coração saudoso, que chora na escuridão da distância, e mergulha na recordação de quem perdeu e nunca deixou de amar...


Conjunto de pulseira e colar, com contas em cloisonné, contas em vidro e metais.
Peças encomendadas por M.

terça-feira, 18 de março de 2008

# 256 - Lu Tung





"Não estou interessado na imortalidade, mas apenas no paladar do chá"

(Lu Tung)

Brincos com contas em vidro e metal.
Preço: 6.5 euros (+ portes de envio).

quarta-feira, 5 de março de 2008

# 254 - Religião da vida




"O chá é, para nós, muito mais do que a idealização de uma degustação; consideramo-lo uma religião da arte da vida"
(Kakuzo Okakura)

INFUSOR COLHER PERSONALIZADO.
Peça oferecida a um grande amigo :)

segunda-feira, 3 de março de 2008

# 253 - "Queres um chá"






"Queres um chá?"
"Não, quero romance. Quero música. Quero amor e beleza."
"Mas não queres um chá, ah? Espantoso.."


(Woody Allen in "The Kugelmass Episode")

Marcador de livros em cabo de aço, com contas em vidro, cristais, contas sintéticas e feltro.
Peça encomendada por A. S.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

# 247 - Silêncio pulsante





"O derradeiro está muito perto.
No imediato está o presente,
no imediato ele está pulsante.
O imediato é o batimento cardíaco do derradeiro

Pois quando eu digo que o silêncio é o derradeiro objectivo,
evita interpretações incorrectas.
O que digo é
que o silêncio é a imediata forma de vida.

Vive silenciosamente."


(The art of tea, 2001)

Pregadeira com contas em vidro e metais.
Peça encomendada por M. A. (beijinhos grandes com saudades!)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

# 246 - Folhas intocadas





"Naquela sala de chá,
morna e macia
de nevoeiro espesso sempre envolta,
deixei meu pensamento à solta
pelo sofá
angustiando a tarde até ao fim do dia.

As folhas em branco sobre a mesa
esperavam,
insistentes,
a sombra da tristeza.

(...) Não sei o que aconteceu ou se passou,
apenas que o tempo
então
ali
parou.

Prendi meu pensamento às folhas intocadas,
saí com uma saudade que doía
esperava-me um bando de gaivotas assustadas.

Cá fora era já noite
e chovia."


(J. M. Restivo Braz, "Sala de Chá")

Pregadeira em cabo de aço, com contas de vidro, sintéticas e metais.
Encomendada por S. O.

domingo, 13 de janeiro de 2008

# 244 - Flutuante...





Não te visualizei de imediato. Hoje consigo admiti-lo. Estava distraído na conversação com os meus clientes mais poderosos, tentando agradá-los o mais que me era possível, de forma a finalizar a proposta em negociação. Não ouvi os teus passos, nem tão pouco prestei atenção à tua delicadeza e graciosidade quando nos serviste chá verde, tal como te fora ensinado no treinamento das regras do ritual Cha-no-yu. Desviei o meu olhar na tua direcção apenas porque um deles, o mais difícil de convencer, petrificou o seu olhar em ti. "Meu Deus!", pensei. "Que mulher é esta?" De lábios carnudos, olhos amêndoados e traços meigos, eras dona de uma beleza infinita. Exalavas mistério, e seduzias a cada passo que davas. Flutuavas perante os meus olhos. Apaixonei-me de imediato. Hoje consigo admiti-lo...

Brincos em cabo de aço, com contas em vidro, cristais e metal.
Preço: 9 euros (+ portes de envio).

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

# 242 - "A Via do Chá" (por Chiao-Jên)






Ofereceu-me o meu amigo de Yueh
Tenras folhas de chá Yen-Hsi,
Para as quais escolhi chaleira
Toda de ouro e marfim.
Em tigela branca de neve fiz a mistura.
Com sua cor clara, sua espuma e seu perfume,
Semelhava, dos Imortais, o doce néctar.
Com a primeira chávena afloraram mil ideias;
Parecia que cintilava o mundo inteiro.
A segunda desanuviou-me o espírito,
Tal como purifica a terra um aguaceiro!
Com a terceira senti-me igual aos Imortais.
Para que servirá agora a austeridade?
Será que afasta o sofrimento humano?
Aqueles que se abandonam ao vinho,
Rapidamente ficam desiludidos,
Porque agora eu sei que a via do chá é verdadeira;
Quem, senão Tau Ch´in, para a encontrar?


(Chiao-Jên)

Brincos em vidro e metal.
Preço: 6,5 euros (+ porte de envio). Vendidos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

# 241 - Fragrância natalícia...





Um homem vestido de negro caminha. Os travesseiros de Sintra passeiam pelas ruelas que as irão conduzir ao seu destino, insinuando surrateiramente o seu aroma à Serra. Os pisos molhados e os postais em cada esquina. As luzes invadem a vila e as suas casas bairristas, e sente-se a fragrância natalícia no ar...

Reciclagem de infusor, encomendada por M. J.
Preço: 9 euros.

sábado, 15 de dezembro de 2007

# 240 - Ansiando o vermelho...





Caminho na incerteza. O meu coração bate descompensadamente, ao ritmo da melodia do vazio, indagando sobre a vida que lhe pertenceu outrora, e o meu corpo exaspera-se, na sua inutilidade reflexiva, hesitando na direcção a seguir. Onde encontrar o vermelho que tanto anseio?

Anel com cabo de aço e contas várias (ajustável).
Peça encomendada por S.

domingo, 25 de novembro de 2007

# 239 - Fantasmas...






Sais, descendo as escadas que conduzem ao incerto. Páras. Páras os passos que receiam ecoar no vazio, parás a vida que foi colhendo tonalidades cinzentas. Sentes o peso do vento nos ombros e o frio a percorrer-te as entranhas. Fechas os olhos, fotografando mentalmente o instante, no desejo de não o esquecer, e pensas. "Direcção? Qualquer uma. Qualquer uma que me direccione ao silêncio." Percorres a rua infinita da escuridão nocturna, consciente do receio da emergência de fantasmas internos enclausurados. A decisão foi feita e o caminho escolhido. Nada mais te resta senão deambular, perdido na imagem turva das lágrimas que não cessam de rolar na superfície lisa do teu rosto, esperando encontrar a chama que tanto procuras...

Brincos em metal, com contas em vidro e metais vários.
Preço: 7.5 euros (+ portes de envio). Vendidos.

domingo, 4 de novembro de 2007

# 237 - Cidades





Todos os verões, duas almas sedentas de amor se reencontram para abandonarem a ausência dos dias, para incendiarem as expectativas e os desejos perdidos, arrastados nos invernos chorosos. Enquanto o vinho e as luzes quentes apresentam a noite aos presentes e a cidade abraça os corpos em exaltação, as duas almas sedentas de amor apenas atendem ao olhar que as hipnotiza: o olhar do ser amado... E no dia da despedida, saberão que um novo verão as aguarda, que uma nova cidade as irá abrigar e que o seu amor perdurará para além dos limites da existência...

Brincos com contas em cloisonné, e contas de cerâmica e sintéticas.
Preço: 8 euros (+ portes de envio). Vendidos.